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EPILEPSIA APÓS O AVC
Qual o risco da convulsão e crises epiléticas após o AVC?
O que é epilepsia ?
É uma doença neurológica que se caracteriza por uma pré-disposição permanente do cérebro em gerar crises epiléticas, com consequências neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e sociais. Para definir um paciente como portador de epilepsia é necessário que tenha ocorrido pelo menos uma crise epilética.
EPILEPSIA APÓS O AVC
Epilepsia que é um dos problemas neurológicos mais comuns mundialmente, afetando anualmente mais de 50 milhões de pessoas, segundo dados da OMS de 2016.
O que é crise epilética?
É a ocorrência transitória de sinais e/ou sintomas decorrentes de descargas elétricas anormais no cérebro.
Convulsão e epilepsia significam a mesma coisa?
Nem toda crise é igual. As convulsões,
como são conhecias as crises tônico-clônicas representam um dos tipos mais
comuns de crise epilética; isso não significa que toda a crise epiléptica seja
uma convulsão.
Existem diversas manifestações que também podem ser encontradas nas crises epiléticas: discreta alteração de comportamento; olhar parado; movimentos automáticos - como movimentos mastigatórios por exemplo; caminhada automática. Algumas pessoas, durante a crise pode ficar repetindo a mesma coisa, repetindo frases curtas ou a mesma palavra, isso também pode ser uma manifestação de uma crise epilética.
O que são crises generalizadas e crises focais?
As crises generalizadas podem ser
desencadeadas em uma determinada região do cérebro, porém em fração de milissegundos
elas se propagam rapidamente por todo o cérebro. Já as crises
focais são crises que podem ter um início de uma determinada região e tem uma
propagação limitada, em uma região mais restrita, pode ser que exista a locomoção para uma outra
região próxima, porém ela não abrange todo o cérebro.
Se tive uma convulsão significa que eu tenho epilepsia?
Não necessariamente, o diagnóstico de epilepsia é feito após a ocorrência de pelo menos duas crises epilépticas não provocadas ou crises reflexas, no intervalo maior que 24 horas ou risco de recorrência maior que 60% nos próximos dez anos.
Quando as crises epiléticas podem
acontecer?
Chamamos de crises provocadas ou sintomáticas agudas as que ocorrem desde as primeiras horas ou minutos após o AVC, mas as crises podem acontecer semanas, meses, ou até anos após o AVC, denominadas crises não provocadas.
Quando o indivíduo que sofreu o AVC apresenta uma crise nos primeiros 7 dias - é denominada crise precoce após o AVC, que têm baixo risco de recorrência, girando em torno de 30% nos próximos 10 anos.
Se este indivíduo tiver essas crises dias, semanas, meses ou até anos após o Acidente Vascular Cerebral. estamos diante de crise tardia, que apresentam uma grande chance de acontecer novamente, em torno de 70% nos próximos 10 anos, ou seja, um provável quadro de epilepsia.
Concluímos então que uma crise isolada não provocada, tem uma epilepsia estrutural e o risco de apresentar outra crise é de 71,5% aproximadamente, ou seja, a pessoa vai necessitar de tratamento medicamentoso.
Quais os fatores de risco para epilepsia pós-AVC?
- O tipo de AVC – Se isquêmico ou hemorrágico. O Acidente Vascular Cerebral hemorrágico apresenta maiores riscos de uma epilepsia pós-AVC.
- A localização da lesão - Quanto mais próxima do córtex cerebral (região mais externa do cérebro) maior a chance de crises epilépticas.
- A gravidade do AVC - Quanto mais graves, maior risco.
- A idade do paciente - Alguns trabalhos demonstram que os pacientes com idade abaixo de 65 anos, que evoluem com crises epilépticas após o AVC, tem maior risco de evoluir com epilepsia.
- As comorbidades - Se estamos diante de um paciente etilista, com quadro demencial, outras doenças vasculares ou hipertensão , o risco de epilepsia é maior.
Como é feito o diagnóstico?
Com o histórico clínico detalhado, análise da existência de outras patologias de base, esclarecimento das características da crise e exames complementares; como eletroencefalograma, tomografia computadorizada ou ressonância magnética do crânio.
75% dos indivíduos que apresentam epilepsia pós AVC, tendem a ter uma boa resposta ao tratamento medicamentoso. Como as interações medicamentosas podem comprometer a eficácia do tratamento e potencializar efeitos adversos das medicações, é importante que o médico tenha conhecimento de doenças prévias do paciente e análise dos medicamentos em uso. O anticoagulante pode interferir com determinados medicamentos antiepiléticos, comprometendo a eficácia do tratamento, como alguns medicamentos que aumentam a sonolência, resultam em maior risco de quedas.
Como ajudar a pessoa que está tendo uma crise epilética?
- Zele pela tranquilidade do ambiente e acalme a pessoa que você está ajudando;
- Permaneça ao lado da pessoa até que ela esteja acordada e consciente.
- Sempre que possível, marque o tempo de duração da crise - isso é importante, tanto para relatar ao médico, quanto para saber o momento de chamar no serviço de urgência.
- Afaste qualquer objeto perigoso, solte as roupas apertadas ao redor do pescoço
- Coloque delicadamente uma almofada, casaco ou travesseiro abaixo da cabeça da pessoa
- Lateralize a pessoa, para evitar engasgos ou vômitos.
- Não coloque nada na boca da pessoa, tais como remédio ou líquidos.
- Não impeça a pessoa de se locomover, a menos que esteja em perigo.
Quando chamar o serviço de emergência?
- Se a crise durar mais que 5 minutos,
- Se a crise se repetir,
- Se houver dificuldade de respirar,
- Se a crise ocorreu dentro da água,
- Se a pessoa está ferida, grávida ou doente,
- Se após a crise a pessoa não retornar ao estado habitual,
- Se é a primeira crise epilética.
Acesse abaixo, o material usado no vídeo: