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AVC FEMININO - AVC EM MULHERES
AVC em mulheres
AVC EM MULHERES
As pesquisas apontam que o AVC afeta mais mulheres do que homens, mas esta estatística só foi possível em meados das décadas 80 a 90.
Um fato curioso, até a década de 70, apenas 9% das mulheres faziam parte do grupo de pesquisa com hipertensivos (medicamento para pressão arterial), ou seja, as mulheres não estavam devidamente representadas nos grupos de pesquisa das doenças cardiovasculares.
A partir dos anos 80 e 90 os estudos com mulheres foram aprofundados, e as pesquisas puderam tratar separadamente o grupo do sexo feminino e do masculino; salientando as diferenças hormonais que afetam mais as mulheres. Este fator, somado a características de raça, atribuem maior índice do AVC em mulheres. Segundo a pesquisa, mulheres negras e hispânicas possuem maior risco se comparada com outras raças. Mas este fator, não é evidenciado no Brasil, devido a miscigenação.
O estilo de vida é fundamental para a prevenção primária ( voltada para grupos que nunca tiveram AVC) e a secundária (grupo de pacientes que já tiveram AVC e que necessitam prevenir o AVC recorrente)
Os fatores de riscos associados , tais como hipertensão arterial, obesidade central ou abdominal, pacientes com perfil lipídico ( colesterol alto ) , uso de álcool ou tabagismo, elevam o risco de um AVC. Considerando as diferenças hormonais nas mulheres, este risco dobra.
O acompanhamento médico periódico como prevenção do AVC é importante para todos, independente do gênero, porém para as mulheres, devido esses fatores hormonais já mencionados, é fundamental incluir em sua rotina, consultas médicas de orientação e acompanhamento.
As mulheres estão sujeitas a diversos picos hormonais ao longo da vida e o uso de reposição hormonal (estrogênio) seja no anticoncepcional, ou na terapia de reposição hormonal pós menopausa, aumentam a chance de acidente vascular cerebral – o AVC.
Os estudos indicam um aumento de três vezes a incidência de AVC nas mulheres que fazem o uso do referido hormônio.
Nos casos de necessidade do uso do hormônio, o médico fará a avaliação da perspectiva geral do estado de saúde da mulher, a fim de diminuir fatores de risco associados (sedentarismo, obesidade, colesterol alto, etc.)
O tabagismo juntamente com a reposição hormonal aumentam o risco de acidente vascular cerebral em 4 ou 5 vezes, nesses casos, a orientação deve ser parar de fumar.
Outro fator importante quando se fala em AVC em mulheres é o período gestacional. Nessa fase da vida há um aumento do risco de AVC, devido o estado pró trombótico, (hipercoagulabilidade vascular) que a gestação impõe , ou seja há um aumento de sobrecarga vascular nessa fase.
Se focarmos em um subgrupo dentro das mulheres gestantes que tem diabetes gestacional ou risco elevado de pré-eclâmpsia, o risco aumenta em cerca de 30 a 40 vezes.
Quando se fala em risco de Acidente Vascular Cerebral, além do AVC isquêmico, AVC hemorrágico e também de trombose venosa cerebral, que está relacionada ao uso de anticoncepcionais, relacionada à fase gestacional e ao puerpério (período após o parto, até que o organismo da mulher volte às condições normais, anteriores ao período gestacional).
Essencial o acompanhamento médico, para avaliar os fatores de risco nas mulheres que fazem uso do anticoncepcional, ou seja, antes da prescrição deve-se avaliar se o seu perfil está adequado para o uso.
Para as mulheres especialmente, mudanças de estilo de vida, com foco em cuidar da sua saúde, e um dos fatores de prevenção do AVC . Controle do peso, controle da pressão arterial, monitoramento das taxas mediante exames periódicos, check up regular e acompanhamento regular com o ginecologista.
Para as mulheres que já tiveram um acidente vascular cerebral, que necessitam de prevenção secundária, recomenda-se a prescrição da medicação preventiva correta, conforme o tipo de AVC que a pessoa teve, como anticoagulantes por exemplo. Doenças que aumentam o risco de trombose também são avaliadas, levando em conta o histórico familiar, para delimitar o perfil individualizado da mulher e avaliar o uso de anticoncepcionais.
A atenção nas avaliações dos fatores de risco serão eficientes para evitar o AVC - doença que causa incapacidade e mortalidade como rastro.
Este vídeo faz parte da palestra da SEMANA AÇÃO AVC (evento destinado a pacientes e familiares de AVC, promovido pela Associação AÇÃO AVC), proferida por Dra, Milena Libardi