Programa AVC dá Sinais

Uma ótima notícia para a população do estado de Alagoas! Agora, os alagoanos passam a contar com o Programa “AVC dá Sinais”, do Governo do Estado. A iniciativa, que surge por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), visa criar uma linha de cuidados para pacientes acometidos pelo Acidente Vascular Cerebral (AVC) em todo o estado.

O programa vai ampliar a rede de cuidado de AVC, com quatro hospitais de referência, todos equipados com tomógrafo e com uma equipe capacitada. Além disso, um aplicativo vai agilizar a conduta médica e a transferência do paciente para o hospital de referência mais próximo. Com isso, o governo quer diminuir o índice de mortalidade desses pacientes e prevenir sequelas provocadas pela doença, que é responsável por mais de 100 mil óbitos por ano no país.

Para se ter uma ideia, de acordo com o Ministério da Saúde (MS), o AVC é a segunda causa de óbitos no Brasil. Em Alagoas, no ano de 2020, a doença cerebrovascular foi diagnosticada em 2.370 pacientes só no Hospital Geral do Estado (HGE).

Para o secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, o Programa AVC dá Sinais será um marco na saúde pública de Alagoas, possibilitando que mais alagoanos possam ser assistidos e salvos. De acordo com ele, o governo do estado destinou R$ 17,5 milhões na aquisição de tomógrafos.

“Investimentos que são fundamentais para assegurar a assistência qualificada aos pacientes que serão atendidos em nossas unidades, após sofrer um derrame, que, se não tratado em tempo hábil, pode levar à morte ou deixar graves sequelas. Tanto nas UPAs quanto no SAMU o paciente será recebido, atendido adequadamente e encaminhado, por meio do aplicativo, para a unidade de referência mais próxima. Nossos médicos clínicos foram capacitados e estarão conectados com os neurologistas para que tenhamos um diagnóstico imediato”, explicou Ayres.

O governador Renan Filho ressalta que a intenção é possibilitar o acesso de todos os alagoanos ao tratamento, com qualidade e agilidade. “Antes, não existia tratamento de AVC na rede pública de Alagoas e nós implantamos no HGE, salvando muitas vidas. Agora, estamos ampliando a capilaridade do sistema, numa rede 100% conectada para que o cidadão seja atendido na hora da ocorrência. Esse é um programa inovador no Estado e que utiliza nossa nova rede de hospitais”, disse o governador.

Antes do programa, apenas o Hospital Geral do Estado (HGE) possuía unidade de AVC em Alagoas. Agora, além do HGE, as unidades estarão também no Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), no Hospital Regional da Mata (HRM) e no Hospital de Emergência do Agreste (HEA). O programa vai iniciar com esses quatro hospitais de referência, mas, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) estarão capacitados para receber os pacientes como porta de entrada.

A neurologista vascular Maria Júlia, que é uma das plantonistas da equipe, afirma que desde o dia do seu lançamento, em 23 de agosto, o Programa "AVC dá Sinais" conecta os locais de atendimento à população no estado com uma equipe especializada no atendimento de AVC. "Através de um aplicativo, essa equipe de especialistas orienta, remotamente, a investigação inicial para AVC, direciona para centros que podem realizar a tomografia, que é um exame essencial para o diagnóstico e, por fim, define o encaminhamento para o melhor tratamento possível", explica.

Para a médica, trata-se de um projeto importante, visto que o AVC pode acometer qualquer pessoa, de qualquer idade e subitamente. "Pessoalmente, estou muito feliz em participar dessa grande equipe de trabalho que envolve neurologistas, neurointervencionistas, radiologistas, além das equipes de atendimento presencial do SAMU, UPAs e hospitais do estado. É necessário que a população conheça o Programa "AVC dá Sinais, aprenda como suspeitar da ocorrência da doença e procure ajuda o quanto antes. Cada minuto conta", salienta a neurologista vascular Maria Júlia.   

Ação AVC

Atuando desde 2010, a Associação Ação AVC, de Alagoas, é uma organização civil sem fins lucrativos, que nasceu a partir da experiência da família de um jovem que teve AVC aos 24 anos.

Eles conviveram com as dificuldades, conflitos e superações que uma família passa após o Acidente Vascular Cerebral. Diante disso, nasceu a ideia de unir esforços com profissionais da saúde e outras generosas pessoas e instituições para um trabalho voluntário que visa expandir o conhecimento aos que passam por situações semelhantes.

Para Solange Syllos, idealizadora da associação, o Programa AVC dá Sinais é um marco para a saúde de Alagoas. “A linha de cuidados para pacientes acometidos de AVC, interligando as unidades especializadas por meio da telemedicina, trará muitos benefícios aos alagoanos, minimizando o risco das sequelas. O AVC deixa um rastro de muitas mudanças no seio de toda família e, quanto antes a pessoa for atendida, maiores são as chances de seguir a vida após o acidente”, afirma.

O propósito da Ação AVC é compartilhar conhecimento sobre o problema, para inspirar esperança e novas possibilidades a quem precisa lidar com o Acidente Vascular Cerebral, abrindo espaço para a troca e para o crescimento de todos os envolvidos. A organização realiza atividades que contemplam a prevenção, reconhecimento de sintomas, a doença e o tratamento e reabilitação. “Na pandemia, foi implementado o grupo de apoio on-line, um importante espaço de acolhimento, onde as pessoas podem compartilhar experiências e sentimentos com indivíduos que vivenciam a mesma situação”, destaca Solange Syllos.

A rede possui um site com diversas informações para quem sofreu o AVC, seus familiares ou cuidadores, e precisa de voluntários e pessoas dispostas a ajudar. Para mais informações, ou para fazer sua inscrição no grupo de apoio, basta acessar o site www.acaoavc.org.br ou entrar em contato pelo telefone (82) 98839-6000 ou pelo e-mail [email protected]. A entidade também está presente no Instagram pelo @acaoavc.  

Conheça o AVC

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma doença cerebrovascular caracterizado por uma alteração súbita do fluxo sanguíneo cerebral, que compromete a circulação de sangue em alguma região do cérebro. Isso ocorre por um entupimento ou vazamento nas artérias. A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que, uma a cada seis pessoas, pode desenvolver a doença e o MS chegou a afirmar que, a cada cinco minutos, um brasileiro evolui para óbito, em consequência do agravamento desta enfermidade.

Os sintomas do AVC são alteração da fala e do movimento dos membros, tontura, dor de cabeça repentina, náuseas, vômitos, rebaixamento do nível de consciência e sonolência, dormência nos braços e pernas e boca torta ao falar ou sorrir. Caso sejam identificados esses sintomas, o Samu (192) deve ser acionado imediatamente, mas, o paciente pode também se dirigir a uma UPA ou diretamente a um dos hospitais de referência, desde que seja porta de entrada.

Foto: Felipe Brasil